CORRIDA 5 PONTÕES

No ultimo domingo dia 19 participei da corrida 5 Pontões em Venda Nova do Imigrante. Eram duas provas, uma de 62 km (Ultramaratona) e uma de 30 km que foi a que eu participei.

Eu já imaginava que a corrida seria dura, mas não tão dura como acabou acontecendo. Sempre tive muito receio de correr em terrenos acidentados pois na maioria das vezes eu sempre torço o meu pé direito, isso me levou a inúmeras lesões nessa área o que comprometeu um pouco alguns ligamentos e estruturas dessa região. 

Enfim, larguei na prova e logo no km 3 veio um baita de um morro, daqueles que a estrada e igual uma minhoca, ela vai contornando o morro num zigue-zague total, pois só assim e possível subir. Comecei a subir e devido ele ter vindo muito rápido o meu corpo ainda não se encontrava devidamente aquecido e na metade a minha frequência cardíaca já se encontrava nas alturas. Decidi então subir caminhando, quando percebi que mesmo trotando ali devagarzinho eu não conseguia abrir vantagem sobre o atleta que estava a poucos metros atrás de mim caminhando também.

Logo ele foi chegando, e aos poucos me passou mesmo caminhando, nessa hora minha frequência marcava 150 bpm caminhando e fazendo muita força ao ponto de o meu glúteo direito já começar a sentir uma leve dor. Ele me passou e foi embora conseguindo chegar no topo da montanha primeiro que eu alguns minutos. Quando cheguei no topo observei que ele havia conseguido abrir uma boa distancia, afinal enquanto eu subia devagar ele já estava correndo montanha abaixo. 

Nesse momento eu passei a ficar em 4º lugar geral com mais atletas se aproximando. Quando cheguei ao topo comecei realmente a correr e não demorou muito até que eu o alcançasse e voltasse ao 3ª lugar geral da prova. Continuei em um bom ritmo nas partes planas, mas nas descidas ia devagar com medo de torcer o pé e nas subidas caminhava demais. 

Minhas pernas começaram a pesar e comecei a sentir um enjoo, pois havia muitas descidas longas, a água chacoalhando no meu estômago junto com o gel me trazia essa sensação de estar em alto mar. 

A temperatura estava alta, mais a umidade da mata me fizeram ir minando aos poucos durante o percurso. Quando achava que iria pegar um percurso plano, la estava outro morro pra subir. Minhas pernas já apresentavam sintomas de cãibras e minha panturrilha começou a se contrair. 

Olhava para trás e não via o 4ª colocado, então relaxei um pouco o ritmo pra tentar me recompor um pouco, mas de nada adiantou, pois as danadas das ladeiras vinham novamente. Nunca subi e desci tanto assim correndo.

No ultimo trecho, tínhamos que entrar literalmente na floresta, seguindo apenas umas setas nas árvores, havia até um córrego para pular. Tenho certeza que muitos não conseguiram e tiveram que pisar dentro d'agua mesmo. Eu parei, dei aquela respirada e com as ultimas forças que eu tinha consegui pular para o outro lado. 

Quando deixei a mata havia o próximo posto de controle para registrar a minha passagem. Nesse momento faltava somente 4 kilometros para a chegada, mas o 3º colocado me pegou ali. Como havia uma ultima subida para depois apenas descer, ele aumentou o ritmo e me ultrapassou não me tanto chances de reagir. 

Chegamos no alto do morro onde dava pra ver a cidade lá em baixo, era só descer para enfim cruzar a linha de chegada. Nessa hora foi onde eu mais sofri, pois minhas pernas não conseguiam mais absorver as freadas do movimento da descida. Parei por varias vezes e quando continuar, tinha que descer caminhando e ainda em zigue-zague. 

Fechei a corrida em 4ª lugar no Geral com 3h11min. Uma experiência incrível pra mim, pois nem no Ironman Brasil eu fiquei tão machucado. Meu corpo esta bastante cansado da temporada, mas ainda não posso parar pois em Janeiro tenho uma prova no Chile.

(Alen Brandize, Leonardo Rodrigues, Jade, Eu e Marcelo Vervloet)